Neste
artigo discutimos:
História natural da infecção pelo HIV;
História
natural da infecção pelo HIV em “controladores de elite”;
Progressores
típicos;
Progressores
lentos;
Controladores de elite.
Sabe-se que a infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) pode desencadear a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), tornando o organismo do hospedeiro mais vulnerável a microrganismos (infecções oportunistas) que antes não seriam um problema para um sistema imune competente (não suprimido). Esse processo de supressão imunológica ocorre, uma vez que o HIV possui células específicas do nosso sistema de defesa como alvo, essas apresentam um conjunto de moléculas chamadas de CD4, estando presente em determinados linfócitos T, macrófagos e células dendríticas.
*Veja sobre a primeira mulher no mundo curada pelo HIV.
*A AIDS é uma imunodeficiência
secundária, veja mais aqui sobre imunodeficiência primária e secundária.
Ademais, a contagem dos linfócitos T CD4, que são células de defesa do
nosso corpo responsáveis por coordenar parte da nossa resposta contra agentes
infecciosos, assim como um general comanda o seu exército durante um combate,
é um dos fatores primordiais para indicar se o indivíduo infectado por HIV irá
desenvolver a AIDS (Figura 1). Na maioria dos casos, os chamados
progressores típicos (PT) (Figura 3), a infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana, caso não seja diagnosticada e tratada através
da utilização de medicamentos, irá evoluir para um quadro de imunodeficiência,
a qual é caracterizada pela redução da contagem dos linfócitos T CD4 no
organismo.
Outrossim, existem indivíduos
chamados de “progressores lentos” (Figura 3), que apresentam baixa
viremia (reduzida circulação de vírus
no sangue) mesmo sem o uso de medicamentos, além da presença de uma contagem
estável de linfócitos T CD4 e consequentemente não desenvolvem a AIDS por um
longo período de tempo. Dentro desse pequeno grupo de indivíduos, há aqueles
que possuem uma viremia tão baixa a ponto de o vírus não ser detectado em
exames moleculares, sendo necessário a realização de exames complementares para
determinar a infecção por HIV, essas pessoas são chamadas de “controladores de elite” (Figura 2).
Figura 1: História natural da infecção pelo
HIV.
Fonte: aqui
Além disso, sabe-se que essa
supressão natural que o corpo de certos hospedeiros possui está atrelada com
diversas causas, como características genéticas, imunológicas e
virológicas. Entretanto, o fato de existirem indivíduos que conseguem
suprimir a replicação viral em seu organismo não é motivo para descuido, uma
vez que o número de pessoas que se encaixam nos “controladores de elite”
representam apenas 1% dos infectados e a supressão durante um longo
período de tempo não significa que ela vá durar para sempre.
Figura 3: Perfil de proporção dos infectados
pelo HIV.
Fonte: aqui
Portanto, a luta contra o HIV
é constante e infelizmente várias pessoas ainda são infectadas pelo vírus,
fazendo com que a prevalência (número total de casos de uma condição de saúde
em um determinado momento do tempo) de indivíduos com HIV seja de 37,7 milhões em
todo o mundo no ano de 2020 e infelizmente cerca de 680 mil pessoas morreram
por doenças relacionadas à AIDS nesse mesmo ano. Assim, o uso de medidas
preventivas ainda se faz necessário como a utilização de camisinha ao manter
relações sexuais, uso de seringas descartáveis e a testagem do sangue para
transfusão.
Texto: Gabriel Silva Morato
Revisão técnica: Diego Moura Tanajura
Referências:
doi.org/10.1016/S2055-6640(20)30046-7
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34429
http://www.aids.gov.br/pt-br/node/57787
Nenhum comentário:
Postar um comentário