Este texto é uma mera transcrição de uma
trilogia de posts que fizeram muito sucesso no início do @imuno_News lá no
Instagram
São perguntas difíceis e reflexivas, mas para um menino não era opção de escolha e abrir mão de tudo isso era uma necessidade para viver!
David Phillip Vetter, mais conhecido como o "menino da bolha", nasceu em 21 de
setembro de 1971, no Texas, Estados Unidos. Ele tinha uma imunodeficiência
rara, conhecida como SCID. Por conta disso, praticamente não tinha sistema
imune funcional. Coisas simples, como receber um beijo da mãe ou um abraço, era fatal para
ele.
Com apenas 20 segundos de vida, David foi colocado dentro de uma bolha de plástico,
onde viveu por 12 anos‼️
Até hoje, ele é o maior sobrevivente da SCID entre os não tratados. Tudo isso,
por conta do ambiente estéril dentro da bolha, que o isolava do mundo externo.
Normalmente, pacientes não tratados com SCID não chegam a completar um ano de vida (veja aqui o
último texto
que falo sobre os aspectos imunológicos da SCID).
Tudo que era colocado dentro da bolha deveria ser esterilizado. Suas bebidas, comidas, roupas, brinquedos e até sua TV passavam por esse processo antes de entrar na bolha. A maior vontade dele era poder tomar uma simples Coca-Cola. Entretanto, o processo de esterilização acabava por mudar o gosto da bebida e essa vontade não pôde ser realizada.
Aos seis anos, David deu os seus primeiros passos fora da bolha, utilizando
um traje espacial feito sob medida para ele pela NASA. Para se ter uma ideia
da complexidade de sair da bolha e vestir o traje espacial, era preciso seguir 52 etapas para manter o ambiente estéril. Graças ao traje espacial,
mãe e filho puderam se abraçar pela primeira vez.
Em 1983, seus médicos tentaram uma nova técnica de transplante de medula óssea,
que permitia o procedimento entre doadores não totalmente compatíveis. A medula
foi doada pela sua irmã. Poucos meses depois de receber o transplante, David
adoeceu pela primeira vez e teve que ser retirado da bolha para tratamento.
Neste momento, sua mãe pôde tocá-lo pela primeira vez.
Quatro meses depois, David faleceu de Linfoma de Burkitt. O câncer foi causado pelo
vírus Epstein-Barr que estava dormente nas células doadas pela sua irmã.
O menino da bolha – Parte1 de 3
O menino da bolha – Parte2 de 3
Referências
RENNIE, Drummond. 'Bubble Boy'. JAMA, v. 253, n. 1, p. 78-80, 1985.
https://www.nytimes.com/2015/12/07/us/the-boy-in-the-bubble-moved-a-world-he-couldnt-touch.html
https://www.cbsnews.com/pictures/bubble-boy-40-years-later-look-back-at-heartbreaking-case/2/
Nenhum comentário:
Postar um comentário