Obs.: O texto começa aqui. Esse espaço em branco é algum bug da plataforma.
Ultimamente, a miocardite tem sido
demasiadamente associada à vacinação contra a Covid-19, especialmente às
vacinas que usam a plataforma de RNA mensageiro (RNAm). Contudo, estudos afirmam que essa condição iatrogênica,
ou seja, essa patologia que tem como causa efeitos adversos advindos de tratamentos
de saúde tende a ser mais branda quando comparada com a adquirida por infecção
viral.
De início, torna-se válido adotar o conceito de miocardite utilizado
pela Anvisa, como uma inflamação no músculo do
coração em resposta a uma infecção ou a outro fator (fármaco, toxina etc.).
Nesse sentido, tal resposta tem como sintomas dor no peito, falta de ar ou
palpitações. Dessa maneira, como exposto no início do texto, tornou-se possível
observar, em um estudo desenvolvido por
pesquisadores chineses e publicado numa das melhores revistas de cardiologia do
mundo – Journal of The American College of Cardiology -, que essa
condição patológica quando advinda da vacinação com a
plataforma de RNAm tende a ser branda e de menor duração,
quando comparada com a miocardite pela Covid-19.
Para a realização do estudo que compara a miocardite viral com a provocada pela vacina de RNAm,
foram utilizados os bancos de dados do sistema de saúde pública da cidade de
Hong Kong, com o objetivo de comparar os casos da patologia num período
de 28 dias após a vacinação para Covid-19, que utiliza técnica mencionada, com
dados retrospectivos de pacientes que tiveram miocardite viral no período
anterior a pandemia da Covid-19, entre os anos de 2000 a 2019, para que não
haja relação desses com o vírus causador da pandemia e nem com o imunizante.
Estatisticamente, os resultados obtidos, em um recorte populacional de 10.000
pessoas, foram taxas menores que 0,01% de mortalidade, de insuficiência
cardíaca e de cardiomiopatia dilatada relacionadas a vacina de RNAm, em
contraste com taxas entre 2 e 8 vezes maiores associadas a infecção por vírus resultante em miocardite.
Nesse contexto, evidenciou-se que a
probabilidade de desenvolver essa patologia no sistema cardiovascular é baixa,
e, também, que segundo o estudo publicado na prestigiosa revista The New England Journal of Medicine, homens jovens, entre 16 e 29 anos, têm maiores chances de
desenvolver a miocardite. Em contrapartida, outro estudo realizado nos Estados Unidos e no Canadá e publicado na revista Circulation (revista especializada em temas de saúde e doenças cardiovasculares) afirma que as manifestações da
miocardite, nesse grupo supracitado, tendem a ser de tratamento rápido e
simples quando comparadas com a miocardite de causa viral.
A imagem a seguir ilustra,
precisamente, o que foi discutido durante o texto.
Observa-se pela
imagem que os pacientes foram acompanhados por até 180 dias para avaliar o
desfecho que esses tiveram após o diagnóstico de miocardite.
![]() |
Imagem traduzida
do artigo. OBS.: Clique na imagem para uma melhor visualização.
Tais descobertas do estudo discutido podem indicar que há uma relação entre a gravidade da patologia estudada e a forma em que essa foi contraída. Uma vez que, a miocardite adquirida pela forma viral, seja pela infecção com o vírus influenza, seja pelo Sars-Cov-2, consiste na infecção direta das células pelo patógeno causando inflamações no coração e formas mais graves de miocardite, e que a apresentada após a aplicação do imunizante é tida como uma breve exposição que desencadeia uma inflamação mais leve.
Assim, ao analisar o estudo que compara
as duas formas de manifestar tal inflamação no músculo cardíaco, evidencia-se
que a vacinação que utiliza a plataforma de RNAm é segura. Uma vez que os
resultados dos prognósticos de miocardite vinculados à vacinação se mostram
menos graves e de mais fácil resolução que os adquiridos naturalmente por meio
viral.
Comentário do professor
Aqui temos mais um estudo mostrando o quão é menor o risco de desenvolver miocardite pela vacina do que por vírus. E que a miocardite, que é muito rara, pela vacina é muito mais leve e se resolve de forma rápida; enquanto a miocardite viral é mais grave e pode deixar sequelas.
Miocardite Covid-19 x vacina.
Outro ponto importante é que o artigo compara a miocardite pela vacina versus outros vírus. Perceba que no período utilizado no estudo – 2000 a 2019, ainda não tínhamos o Sars-Cov-2 circulando. Já sabemos, inclusive, que o risco de miocardite pelo Sars-Cov-2 é até maior do que por outros vírus (veja aqui tabela comparativa ).
Outros dados interessantes sobre o tema:
1) Imagem da incidência de miocardite - vacina x COVID-19 da Sociedade Brasileira de Cardiologia;
2) Estudo que mostra que as vacinas de RNAm não surgiram da noite para o dia.
______________________________________________________
Texto escrito por: Hingrid Stephani Rodrigues Ribeiro
Revisão técnica: Diego Moura Tanajura
Nenhum comentário:
Postar um comentário